“Se um Estado é governado pelos princípios da razão, a pobreza e a miséria são motivos de vergonha; se um Estado não é governado por esses princípios, a riqueza e as honras é que são motivos de vergonha”. (Confúcio, apud Henry D. Thoreau – Walden ou a vida nos bosques)
De Estocolmo a Johannesburgo
Decorridos trinta anos desde a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo e dez anos após a CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), ocorre uma nova mobilização em escala mundial, convocando para a terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10) que será realizada em agosto/setembro de 2002, em Johannesburgo, África do Sul. Será uma nova oportunidade para passar em revista os principais problemas ambientais e humanos que afligem as populações de nosso globo. Mas, a Conferência servirá também de palco para expor e discutir os obstáculos e resistências encontrados na implantação da Agenda 21, em níveis local, nacional e internacional. Apesar dos esforços despendidos nos dez anos passados, com inúmeras reuniões e debates travados, sobre propostas e resoluções, metas e indicadores, o balanço geral não é animador. Comparado com a urgência dos problemas, os avanços reais no cumprimento das metas da Agenda 21 foram insignificantes e as perspectivas de uma mudança nas atitudes políticas por parte dos governos não autorizam uma visão mais otimista do futuro. Entretanto, uma enxurrada de propostas de políticas ambientais e sua respectiva legislação estão circulando nos gabinetes dos Legislativos e Executivos, aguardando decisões e regulamentação. As resistências às normas ambientais mais rígidas manifestam-se também nas organizações internacionais, onde os representantes dos governos dos países mais ricos, sobretudo os EUA, protelam ou recusam a assinatura de tratados e protocolos, alegando prejuízos para suas respectivas economias nacionais.
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